segunda-feira, 24 de outubro de 2011

Recomendações para Palestrantes e Expositores


Recomendações para Palestrantes e Expositores


A Doutrina Espírita é maravilhosa e perfeita para ensinar e orientar a humanidade no estágio que ela se encontra.
Nada temos que possamos melhorar ou modificá-la, apenas notamos em palestras e exposição onde os assistidos no centro ouvem enquanto esperam a chamada para os passes, que os temas expostos são na sua maioria muito teóricos e de fácil esquecimento.
Sabemos da importância das palestras dadas antes dos passes porque os assistidos mais precisam de esclarecimentos, orientações para melhorar seus passos na vida e, principalmente, induzir à modificação dos pensamentos do que dos passes.

É comum o palestrante ou expositor dizer aos ouvintes que é necessário perdoar, amar, ter bons pensamentos, fazer a caridade etc. Mas o que percebemos, olhando a platéia, é que a maioria das pessoas, ou dormem, ou se sentem enfastiadas com tantas recomendações teóricas que a mente não fixa. Saem um pouco melhorados, mas logo esquecem o que ouviram. Por quê?

Notamos que falta nas falas o que chamamos de indução à prática. Se servir de comparação, seria como uma mulher dando uma lista de ingredientes de um bolo sem explicar como se faz o bolo. Toda receita tem a lista de componentes e o “modo de fazer”. Falta a nossa doutrina mensagens e aulas de “como fazer” tudo aquilo que recebemos em forma de mensagens do plano espiritual. As mensagens são maravilhosas, mas poucos conseguem colocar na sua vivência do dia-a-dia por falta de entendimento da prática.

As mensagens usam temas puramente abstratos, isto é, existente só nos domínios das idéias sem se estender no uso diário.

Para facilitar a compreensão, passarei a usar só o termo “palestra” para definir tudo que é falado ao público num centro espírita. Seja aula, preleção, exposição ou mesmo palestra.

Ao se falar do Perdão:
PERDÃO:


-Perdoar é esquecer.
-Perdoar é dar novas chances para o outro, mesmo correndo o risco de novas quedas.
-Lembrar na prática do perdão que a capacidade de errar do outro é a mesma que temos.
-O perdão não é só aos inimigos, mas principalmente aos amigos, parentes próximos ou distantes, pois é mais difícil de perdoar àqueles que amamos do que a um estranho que nos prejudicou.
-Lembrar que são comuns pequenas vinganças entre parentes e amigos e que isto pode ser computado como falta de perdão. Um exemplo: “aquela amiga não me procura, não telefona e nem manda e-mail, então eu também não vou procurar”. Não me convidaram para a festa ou reunião, eu também não vou convidar quando eu der uma festa. Parece tudo coisa banal, mas é dificuldade de perdoar. Lembrar que é nas pequenas coisas que praticamos para as grandes.
Ao se falar sobre a caridade:
CARIDADE:


Tema muito falado e recomendado nas palestras, mas que os leigos entendem apenas como esmola. Explicar que para a caridade há várias formas de praticar, seja mesmo com dinheiro, roupas e calçados usados.
Darei uma pequena lista de sugestões para a prática da caridade:
-Caridade da fala. Induzir os ouvintes a falar sem magoar ou ferir ninguém. A palavra pode machucar tanto quanto uma arma.
-Caridade do pensamento, não pensar mal de ninguém.
-Viu alguém fazer algo errado, não comente e nem pense mal.
-Ouviu um comentário maldoso, não passe adiante.
-Estando acompanhado de pessoa chata, maçante ou irritada, use a caridade da paciência explicando que pessoas assim são quase sempre infelizes consigo mesma ou com o mundo.
-Não ria de uma situação cômica de alguém que caiu, ou falou ou fez algo impróprio sem perceber. Ponha-se no lugar dela.
-Respeitar o livre arbítrio do próximo, mesmo se ele estiver fazendo algo prejudicial a si mesmo. Dar conselho e calar se não foi aceito, é a maior recomendação.
-Tem conhecimentos de coisas úteis, repasse, não guarde para si.
-Fazer alguém triste sorrir e ter esperança.
-Visitar um doente. Fazer companhia a um solitário.
-Usar o dom artístico, profissional e intelectual para ajudar pessoas ou entidades assistenciais.
-Contar histórias para as crianças carentes ou doentes. Também são válidas, as brincadeiras.

À medida que vamos citando cada item da lista acima, os ouvintes começarão a fazer projetos mentais para a prática de algo que ouviu e que o marcou. Por exemplo: quando falamos para termos paciência com uma pessoa irritadiça ou maçante, já projetam na mente a figura de um parente, patrão ou amigo com estas características e procurarão modificar seus sentimentos em relação a elas.
É diferente dizer: faça a caridade. Do que explicar: como fazer a caridade. As maiorias das palestras são pouco objetivas, por isto poucos se modificam ao ouvi-las.


Note a diferença das frases:
1-“Jesus pregou a caridade.”
2-“Ao ouvir falar mal de alguém, não vamos passar adiante a maldade relatada, mas fazer a caridade do silêncio como pregou Jesus.”


A diferença das duas frases é que a primeira é teórica, genérica e vaga e a segunda é objetiva, explicativa e marca na memória. Pois ao exemplificar um ato é comum o ouvinte se lembrar de algo assim que lhe aconteceu e avaliará sua atitude de acordo com o que foi exposto pelo preletor. O uso de estórias é sempre muito apreciado pelos assistidos.


Evitar o quanto for possível o uso de palavras abstratas como: caridade, fraternidade, paciência, reforma íntima, humildade, orgulho, vaidade sem a devida exemplificação.


Sabemos que temos que fazer a "reforma íntima", mas o que a maioria pensa é sempre igual: "tenho que deixar de ser orgulhoso, ou egoísta, ou vaidoso", mas poucos sabem como "tirar" estas falhas morais. Por isto é necessário dar uma pequena amostra de como podemos extrair defeitos para ganhar valores morai assim a exposição será mais proveitosa e de fácil memorização.
É importante também a forma de como é exposto o tema. A expressão facial do palestrante, a colocação dos sentimentos nas palavras não pode ser esquecida. É comum ouvirmos o expositor falar como se fosse uma máquina de gravação, apenas repetindo frases que decorou ou o que está escrito no papel que trás à mão. Isto desmotiva os ouvintes a se fixarem no tema o mais comum é fazer a platéia dormir ou olharem para o relógio aguardando com impaciência o tempo de sair da sala.
Cuidar para que o expositor (a) não exponham o tema como acusação aos ouvintes para não lembrar as pregações de cátedras tão comuns antigamente. Expor um tema não é o mesmo que dar bronca para um grupo de colegiais. Evitando mais do que tudo a expressão facial de superioridade aos demais. Longe estamos de praticar tudo que falamos.

O mesmo sistema de “aula prática” exemplificado acima pode ser usado com qualquer tema em pauta no centro, inclusive para as mensagens escritas.
Falar sobre o Evangelho, sobre a Doutrina Espírita mostrando os ensinamentos que o plano espiritual trouxe para o engrandecimento e felicidade da humanidade é uma tarefa de grande valor que merece ser bem executada

Miryã Kali/MLucia

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