sexta-feira, 20 de maio de 2011

REDEFININDO O CRISTIANISMO


                                   REDEFININDO O CRISTIANISMO




Em muitos textos que correm pela Internet e na mídia, nota-se uma falha constante que merece as devidas correções. É o uso, involuntário ou não, que se faz com as palavras: Cristianismo e Catolicismo; citando ambos como se fossem sinônimos, o que é um grande engano. O Catolicismo adota a doutrina cristã, mas ele não é o Cristianismo. As maldades do passado não foram cometidas pelos cristãos, mas pela Igreja Católica.



Estudando profundamente as religiões notamos que as linhas que se denominam cristãs são, na prática, extremamente diversas.Para termos uma idéia das ramificações do Cristianismo, temos as linhas: - Católica- Anglicana- Protestante- Testemunhas de Jeová- Adventistas- Luterana- Presbiteriana- Metodistas- Ortodoxa Grega- Igreja Universal- Assembléia de Deus- Quadrangular- enfim, é uma lista avantajada de templos ditos cristãos.



O Cristianismo é uma filosofia basilar. Como uma fonte, foi pelas mãos dos homens se ramificando em várias linhas religiosas, muitas com tão grande diferenças entre si que chegamos a duvidar que sejam da mesma origem.



Buscando no dicionário a definição de Cristianismo, encontramos:"...ideário de fé, de esperanças e de ética pregadas por Jesus Cristo e seus seguidores." Isto é, ninguém é cristão por seguir determinada religião , é sim, cristão aquele que sente, age e ama como Cristo.Dentro das regras morais ninguém chegará ao fanatismo, um cristão verdadeiro o é por ser ético e bom . Usa-se muito a expressão "anticristã" ao comentar uma atitude negativa de alguém ou um grupo.


Portanto,a palavra “cristão” é mais um adjetivo do que substantivo.



Com essas reflexões podemos afirmar que muitos erram ao expor o termo "fanatismo cristão", pois o Cristianismo é um código moral inatacável. Ou se é cristão ou se é fanático, ambas são palavras antagônicas. Uma pessoa que fosse escrever sobre os grandes feitos, positivos ou negativos, de uma religião que faça com a devida identificação para não haver mal entendido ou má interpretação de uma verdade que merece respeito pela sua origem espiritual elevada.


Sabemos, por muitos meios, que o Cristianismo forjou a mentalidade espiritual do Ocidente, sem esquecer o mau uso que os homens fizeram desta doutrina, semeando discórdias, guerras, destruição e perseguição em massa aos opositores desta filosofia espiritual, trazida por Jesus Cristo. Nem por isso o Cristianismo perdeu seus valores e sua maior característica que é o de ensinar o homem a amar, perdoar e evoluir.



                                                           ISTO É CRISTIANISMO



Filosofia de vida trazida pelo Mestre Jesus. Não criou hierarquia, divisões de classes entre os apóstolos, nem nomeou papas, cardeais, pastores ou bispos, tampouco impôs castidade entre seus apóstolos, lembrando que Pedro era casado. Não criou igrejas e nem rituais. Nada possuía, era simples, usava uma túnica e um par de sandálias como únicos bens.


Cristo não era guerreiro e nem estimulou povos à luta contra seus opositores. Não trouxe dogmas ou bulas papais. Uma frase de Jesus: "Mas vem a hora, e já chegou, quando os verdadeiros adoradores adorarão o Pai em espírito e em verdade....Deus é espírito, e importa que os seus adoradores o adorem em espírito e em verdade". ( João – capítulo 4: 24, 24 )


Jesus, com esse dito, queria mostrar aos homens a não necessidade de imagens para se religar a Fonte ou Deus. Em espírito ( mente+coração) e em verdade ( seus ensinamentos); valorizando o conteúdo e não a forma da doutrina evangélica que trazia à humanidade.


Não construiu igrejas, templos e nem altares ou imagens de culto. Seu lugar de ensino era a natureza e os lares singelos.


Seu maior testamento, dado aos homens, foram as palavras do Sermão da Montanha, ministrou ensinamentos básicos para a evolução das criaturas: "amai-vos uns aos outros"; perdão aos inimigos; não olhar os defeitos alheios; valorização da humildade e da caridade como norma essencial para a evolução.


Nada deixou escrito, preferindo a exemplificação.


O Atos dos Apóstolos,narra sobre as atividades dos primeiros cristãos após a morte do Messias. Eram casas singelas em beira de estrada, onde acolhiam idosos, inválidos, crianças abandonadas, doentes terminais e incuráveis. Os apóstolos eram pobres, viviam de doações e trabalhos manuais feitos por eles mesmos. Eram pacíficos e todos, com exceção de João, morreram de forma trágica. Assassinados pelos romanos. Os primeiros cristãos que morreram martirizados,seguiam, sem lutas, para as arenas sangrentas. Não se uniram para lutar contra o poder de César ou outro povo. Estas casas, chamadas Casa do Caminho foram as primeiras instituições ligadas ao amparo de doentes, órfãos, idosos e abandonados.




                                                             ISTO É CATOLICISMO



Religião criada pelos cristãos romanos a partir da liberação da religião cristã dada por Constantino, na antiga Roma. Os rituais católicos foram copiados dos rituais pagãos, inclusive as roupas e aparatos dos altares. Mudaram-se as imagens dos deuses e em seu lugar vieram a figura de Cristo, Maria e seus santos. Os católicos se nomeiam: Católicos Apostólico Romano. Cristo não era romano. Nem deu instrução a Pedro para erguer uma basílica imensamente rica na Roma dos césares. Não foi ordem de Jesus as guerras feitas em seu nome.


Os papas, desde os tempos antigos eram em sua maioria, guerreiros, empunhavam espadas e iam às lutas. Abençoavam armas bélicas e "perdoavam" os que matavam em nome de Deus.


Se o criador do Cristianismo era pobre e pregava o desprendimento dos bens materiais, porque seria uma igreja denominada cristã, uma das mais ricas do planeta?


Se o ensinamento básico de Cristo é: amai-vos uns aos outros e o perdão aos inimigos. Qual a razão das Inquisições e Cruzadas? Se os papas não perdoavam os não cristãos ( pagãos) poderíamos chamá-los de seguidores fiéis de Jesus, se não praticavam o perdão aos inimigos ensinados por ele?


Não nos esquecemos dos que nasceram de elevadas espiritualidade sob o teto da Igreja Católica que até hoje os lembramos como sinônimos de Amor Universal. Criaturas que deixaram um rastro de luz no Catolicismo e foram realmente cristãs como Joana D´Arc, Francisco de Assis, Antonio de Pádua, o Cura D´Ars e outros.


Muitas religiões ou filosofias espiritualistas que seguem o Cristianismo só poderão usar esse título com fidelidade, praticando todos os ensinamentos ministrados por Jesus.


Os erros notado em católicos, evangélico ou outra religião dita cristã não são erros do Cristianismo. Há falhas observadas em toda raça humana não importando o rótulo religioso que veste.


O Catolicismo adota o Cristianismo, mas o Cristianismo não é católico.


Os inspiradores da Doutrina Espírita incorporaram em uma das suas três bases, o Cristianismo puro, sua doutrina é chamada de Filosofia Espiritualista e não religião. Vide a primeira página do principal livro do Espiritismo: "O Livro dos Espíritos" ( Allan Kardec).


Os possíveis erros dos espíritas também não podemos classificar de erros cristãos. Estamos cientes que há muitas religiões, que se dizem cristã, que vivenciam esta filosofia de maneira que beira o fanatismo, mas isso não nos autoriza a escrever que todos cristãos são fanáticos.


Não podemos chamar de "nazista" todo povo alemão, pois as atrocidades cometidas por aqueles que se denominavam de nazistas, foram crimes cometidos por um grupo e não por toda nação alemã.Havemos que usar o bom senso e livrarmo-nos de todo preconceito para com grupos, povos e religiões, sem cair no radicalismo de condenar o todo pelas partes.


Finalizando, pedimos assim, aos que escrevem sobre as falhas de determinada linha espiritual que observem bem a nomenclatura dada à religião ou filosofia em questão, para não forjar uma imagem falsa e negativa de uma filosofia, muitas reconhecidamente elevada como é o Cristianismo. Se citarem os erros da Inquisição, Cruzada ou outros, que sejam erros de homens ligados ao Catolicismo daquela época e não a todo povo cristão e nem a todos os católicos. Se há falhas nas normas ou atitudes da Igreja que se digam, da "Igreja" e não do Cristianismo. O mesmo vale para outras ramificações religiosas.


Aceita ou compreende-se que, os que cometem esse deslize, sejam criaturas incultas ou de pouca inteligência, mas nunca de bons escritores ou criaturas de alto grau de conhecimentos espirituais.



                                                             Miryã Kali/ MLucia




 

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